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domingo, 23 de janeiro de 2011

Na Estante: Sonetos de Shakespeare




Oi gente! Já faz um tempo desde o último post na seção "Na Estante". Resolvi retomá-la com aquele que teve o dom de evocar meu romantismo nesta vida: William Shakespeare. Este nasceu em Stratford-on-Avon, Inglaterra, no dia 23 de abirl de 1564 e morreu no mesmo dia e lugar em 1616. Considerado o maior dramaturgo dos tempos modernos. Muito além de conceber a história de amor mais trágica da Literatura, Shakespeare foi também ator, bem como produziu dramas históricos, tragédias, comédias, peças, ensaios e sonetos. Estes últimso serão o enfoque deste post, pois acredito que, através deles, Shakespeare consegue relacionar amor, tempo, alegria, angústia, tristeza e mais uma gama de sentimentos que seus leitores conseguirem reavivar. Espero que apreciem estes dois sonetos os quais elegi para reproduzir aqui. Pedaços de amor e saudade nas entrelinhas...

Soneto 17
Se te comparo a um dia de verão
És por certo mais belo e mais ameno
O vento espalha as folhas pelo chão
E o tempo do verão é bem pequeno.

Ás vezes brilha o Sol em demasia
Outras vezes desmaia com frieza;
O que é belo declina num só dia,
Na terna mutação da natureza.

Mas em ti o verão será eterno,
E a beleza que tens não perderás;
Nem chegarás da morte ao triste inverno:

Nestas linhas com o tempo crescerás.
E enquanto nesta terra houver um ser,
Meus versos vivos te farão viver.

Soneto 23

Como no palco o ator que é imperfeito
Faz mal o seu papel só por temor,
Ou quem, por ter repleto de ódio o peito
Vê o coração quebrar-se num tremor,

Em mim, por timidez, fica omitido
O rito mais solene da paixão;
E o meu amor eu vejo enfraquecido,
Vergado pela própria dimensão.

Seja meu livro então minha eloqüência,
Arauto mudo do que diz meu peito,
Que implora amor e busca recompensa

Mais que a língua que mais o tenha feito.
Saiba ler o que escreve o amor calado:
Ouvir com os olhos é do amor o fado.